sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Fome

Suas botas surradas afogadas em sangue e lama.
Sua arma envolta de ferrugem e marcas de suas batalhas.
O mesmo sangue e as mesma marcas cobrem seu corpo e seu rosto.
O gosto da carne morta em sua boca ainda o enchia de ansia e fome
A fome o assolava no meio daquele campo de morte.
O assolava entre as trevas da floresta densa.
Um fome, uma falta.
Um sabor que havia desaparecido e agora só cinzas enchiam sua boca.
E em seu amago só a carne morta dos campos de batalha o matinha em pé
Pois nada aplacava sua fome, algo faltava em sua boca.
Aquele gosto perdido, aquela luz que se apagou, um buraco clavado em seu peito.
Onde pulsa seu coração? onde esta a carne que saciará sua fome?
Por isso ele vaga na escuridão da noite, saído de outro banquete de morte que não o preencheu.
Por isso vaga cada vez mais fundo na escuridão, buscando a luz que se apagou.
O fogo que deixou de queimar em seu espirito, e o preenchei de cinzas e frio.
A noite o devora a cada passo, em cada passo ele se perde mais.
uma busca que não pode parar, uma luta que não pode parar.
Uma promessa que não pode ser esquecida.
Então ele mergulha.
E sua boca sem enche de sangue novamente e se alimenta do ódio.
E esperar em uma sombra qualquer o momento de se levantar e lutar novamente.

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