quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Os Muros Vermelhos

O sangue pelo muro das casas se espalha
O tempo correndo, a lamina cortando
Pele, carne, veias até encontra com o osso
Obliterando-o, um membro decepado
O sangue a espirrar pelo muro...
O próximo, de postura reta e queixo alto
A lamina alta e vertical, em um assovio fino e belo
Desce cortando o ar, cabelo, pele, veias, osso...
Sua ultima lembrança qual foi?
Família, casa, amores, seus campos....
Ou então apenas se perdeu na imagem da lamina
Que descia veloz e calma sobre seus olhos sem brilho
O braço pesa, o muro cada vez mais vermelho
A lamina é limpa com um ritual exato e preciso
Sempre pura e reluzente pronta para o próximo ato
O braço pesa e suas roupas estão tão vermelhas quanto o muro
O fedor do medo que algum exalam se mistura com a falsa coragem de outros
Tudo neles fede a derrota, e o sangue já pintou todo o muro
Mas ainda falta mais, e o braço não pode parar agora
Os muros precisam ver pintados com o sangue do covardes.

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