segunda-feira, 27 de junho de 2011

O Olhar e a Verdade

Agora frente ao trono ele enxerga
A verdade bela e pura
Nua sobre seda tão leve
Transparente a cobrir seu luminoso corpo
Justa e impiedosa
Seus lábios do mais puro mel
Porem de veneno tão mortal como doce
Ela lhe acaricia a face
Jura, ferida e seca sobe o sol
Pousa seus de dos sobre seus olhos
A verdade a perfurar seus olhos
As unhas a ferir-lhe as íris
Atravessando a retina
Estourando seu globo ocular
Enchendo tua face de sangue
Ele é mudo perante o trono
Seu urro morre na alma
E agora é cego perante a verdade do trono
Pois essa é a verdade, cruel
Impuros olhos perante o trono de pedra
Fraca alma perante a verdade dela própria
Incapaz de ver as verdade da própria alma

domingo, 19 de junho de 2011

Imundo e Indigno

Agora sobre a duna repousa doce lamina
Em seu fio o sangue jaz frio e seco
O guerreiro a muito morreu
Porem a morte não lhe levou
Eis que permaneceu em pé

Peito aberto e vazio, que não pulsa
Corpo seco de pele, osso e ódio
Olhos vazios e loucos em uma visão distorcida

Seu punho serrado na espada
Lamina seca que corta tudo a sua frente
Não há bem ou mal, apenas sangue e morte

Eis ai que o gosto lhe fugiu ao paladar
Eis ai que a vontade lhe fugiu dos golpes
Eis ai então que mais nada houve

E assim se tornou imundo e indigno

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O imundo e o Trono

Ajoelhe-se seu imundo perante o trono de pedra
Não ouse olhar para o trono se seus pés tocaram a areia do deserto
Não ouse olhar para o trono se sofreu sobe o domínio do sol e da lua
Não ouse olhar para o trono se careceu dos caprichos do corpo

Nem ouse sonhá-lo, pois isso é privilegio somente daqueles que transcendem
Aqueles que vencem sem levantarem armas
Aqueles cujo o a lamina esta na alma
Aqueles que lutam a boa luta

Suma daqui sua casca vazia
Teu peito carece de coração
Teu lamina é a da espada
Tuas mãos estão sujas

Vá e aqui não volte nem em sonhos
Es fraco, carecido de propósito
Vá e só voltei, ou preenchido do bom ou do mal

terça-feira, 7 de junho de 2011

O Trono de Pedra

Diga-me qual o prazer do condenado
Sobre a navalha do carrasco o que lhe traz o sorriso
Seria essa a ironia da vida e da morte
Que bem próximo do fim riremos de todos os nossos males
E a enquanto a lamina atravessa nossa carne
Naquele mínimo instante de consciência
O mundo seria revelado em todo seu poder e mistério
E só aquele que teve seu coração arrancado do peito
E ainda permaneceu em pé, a desejar e odiar saberia
E só aquele que já se afogou em sangue
E pelo seu corpo percorreram mil lanças entenderia
Então só aquele que teve seu corpo queimado
Que teve seu corpo congelado por dias e noites incontáveis aproveitaria
Para aquele que por tantas vezes provou o doce beijo da morte
Só para aquele que permanece em pé sem sangue, coração ou alma
Só para aquele que permanece em pé por puro desejo de permanecer
Só esse que sobre morte, sangue e espadas poderão ver
Ele verá as chamas do inferno q sua alma merece
Ele verá as escadarias do céu que seu desejo merece
E ele verá por traz de anjos e demônio do seu lugar
O lugar que tanto sua alma, mente e corpo tanto esperaram
E lá estará entre dunas e ruínas
Seu ultimo repouso
O trono de pedra

sábado, 4 de junho de 2011

Bela Morte

Sinta o cheiro
A doce morte me ronda
Como ela é bela
Como o anjo negro que se deitava comigo
Em relvas rubras e quentes do sangue derramado em batalhas
Bela é a morte que me ronda
Mais bela que os tesouros que um dia sonhei guardar
Seu cheiro sobe sobre as dunas de minha prisão
Mas seu cheiro, leve e doce, me conforta
A cada passo sei que ela caminha ao meu lado
É eterna, é inevitavel, é bela
Sentado sobre as dunas eu a espero
Sob sol ou sob estrelas
minha bela morte
ali a amo