domingo, 22 de maio de 2011

Gargalhadas e Lembraças

As areias entre meus dedos
Seu gosto em minha boca
A lamina já presa a bainha
as botas já não são nada alem de pano
E as roupas nada alem de trapos
O sangue que não mais escore
O peito vazio ainda a pulsar
Um pulsar tão repulsivo
O ódio que se exala a cada passo
Cada vez mais mergulhado em areia e solidão
e sobre a sombra do desespero sonha
Sonha e lembra daquela época
Era deus, era homem, era dragão
Ali sentado sobre a pedra
A pedra era ouro, era diamante, era aço
Deitado sobre o trono, sobre a pedra
Em seu peito dourado ela repousava
Tolo homem, incrédulo dragão, ignorante Deus
Desesperada gargalhada, torturante alucinação
As dunas se movem, as lembranças devoram
E sobre o trone de pedra um sombra perdura
E só tolo incrédulo ignorante a desgraças se abate
e ele ri alucinado pelas glorias do passado
e em agonia pela sentença que o condena no presente
E mesmo na tremenda escuridão ainda ri
ri das desgraças e de sua ignorância

quinta-feira, 19 de maio de 2011

dança e amor

Então eu danço
Infeliz melodia
Uma dança ao passo do vento
Uma dança onde minha lamina cega voa
Voa insana contra o vento e a areia
Onde meus olhos ardem a luz do sol
e minha pele racha no frio da noite
Passo desvairados
lembranças insólitas
O belo anjo que atravessa-me o peito
O irresistível demônio que me beija
o doce trono de pedra no mar de areia
Amei sua sombra e ai digo que a amo
Sonho sentar-me novamente sobre tal trono
eu dizer novamente que te amo
Mas giro loucamente em minha dança
Passos, areia, lamina e vento
Amo-te sobre o trono de pedra
Amo-te sobre as areias do deserto
Amo-te puramente em meu deserto
E danço sobre areias e lembranças
Onde minha espada enferruja
e meu sangue seca
mas ainda amo-te sobre pedra ou areia

segunda-feira, 9 de maio de 2011

As dança das sombras

O passar do sol
O passa da lua
As sombras da área dançam
Ao Som dos tons do inferno
Seria o inferno das almas que ceifei
Ou seria o inferno dos campos devastados
A areia a danças sob minha sombra
Fantasmas que se levantam a me cercarem
Ecos do passado a distorcerem minha mente
Pois em meu presente sento sobre areia escaldante
E vejo ao longe a miragem do trone de pedra
Vejo ao longe os fantasmas de minhas sombras dançarem
E divago lenta e dolorosamente em seu balançar
Afogando-me em espadas que m dilaceram alma e carne
Mesmo assim em sangue e fogo me delito
Meu passando dançando sobre a sombra de meu presente
Onde cada vez mais minha alma se afunda nas dunas