quarta-feira, 27 de abril de 2011

No deserto

A neve cai agora em forma de areia
As dunas dançam ao vento como a grama
Em dias de queimar a alma
Em noite de congelar o coração
A pele rachada e a mente deteriorando
A fome, a solidão, a vastidão do deserto
Já me despi da lamina e do sangue
Só carrego comigo as vestias
Sujas das lembranças de outro mundo
Um mundo de vermelho doce e sedutor
Um mundo de negras noites e sombrios becos
Agora um mundo amarelo e seco
Um mundo de noites claras
Sem sede e sem vontades
Tudo sugado pelo dançar maldito das areias

Um comentário:

  1. Simplesmente esplêndido! Não há palavras que possam descrever a qualidade de seus poemas!Parabéns, poucos tem o dom de expressar desta maneira o que sentem realmente.Adorei!

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