quarta-feira, 27 de abril de 2011

No deserto

A neve cai agora em forma de areia
As dunas dançam ao vento como a grama
Em dias de queimar a alma
Em noite de congelar o coração
A pele rachada e a mente deteriorando
A fome, a solidão, a vastidão do deserto
Já me despi da lamina e do sangue
Só carrego comigo as vestias
Sujas das lembranças de outro mundo
Um mundo de vermelho doce e sedutor
Um mundo de negras noites e sombrios becos
Agora um mundo amarelo e seco
Um mundo de noites claras
Sem sede e sem vontades
Tudo sugado pelo dançar maldito das areias

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O dever de destruir

Ele jaz no interior das chamas
Teu cheiro exala sangue e dor
Tua sombra é onde a morte habita
E agora ele para
Só há deserto e pedra a tua frente
Não há mais vida de qualquer tipo
Só areia e pedra
Coisas que se vão com o vento
Coisas que não se pode esperar nada delas
Mas o seu caminho deve ser reto
Dever ser forte em seu próprio orgulho
Enfrentar e destruir tudo que a pela sua frente
O que é necessário então para destruir o deserto
Ele destruiu a vida por onde passou
Mas e agora que não há mais vida
Como destruir um lugar desolado e vazio
Ele terá que tirar o sangue de duas mãos
E a morte de sua sombra abandonar
Pois para destruir o vazio
Só o poder de criar é capaz

domingo, 17 de abril de 2011

inrracional fome

Agora já sobre minha mesa
Prato de carne podre
De homens e mulheres mutilados
Es aqui onde minha fome me levou
A fome de riquezas distorceu meu objetivo
Minha fome de carne distorceu meu gosto
E agora a gana me cega e apaga meu paladar
Já não sinto o gosto da comida podre em minha boca
Já não tenho forças de resistir a qualquer lixo
Nem a nenhuma casca ou centavo
É mestre de minha ganancia depravada
Como posso para isso sem mais corromper minha própria carne?
Como posso controla a fome
Fome que me leva a provar as entranhas de meus semelhantes?
E a manchar minha alma ainda mais de desgraças?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Em um dia

São dose os palmos de terras
Sobre meu corpo desolado
O doce beijo de terra em meus lábios
Banhados em chuva e lama respiram

Impune alma corrupta se ergue
Em meu coração os sangue já negro
Seca os campos férteis, pois ali se ergue minha sombra
Onde desolados corpos apodrecem em minhas mãos