terça-feira, 29 de junho de 2010

Uma valsa sinistra

Cada osso de seu corpo se esfarela
Cada gota de seu sangue escorre por entre suas feridas
Aberta e seca em eu corpo debil
É um fantasma do que já foi
Mas é um esqueleto em que a pele seca forma um sorriso
De tal maneira sinistra e de satisfeita feição
Seu corpo seco a querer se soltar do chão a cada passo
O vento a sopra entre seus lábios murchos uma canção
Estranha e melancólica valsa, mas de ritmo envolvente
Sua podre vestimenta a rodar sobre novo capim orvalhado
Sua silueta a assombra a campinha enquanto dança
Um ultimo girar, um ultimo valsar
E então uma risada solitária
E um continuar o caminho

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Bebados II

Hoje a noite é fria
A lamina gélida corta o ar
Em nossa dança de pés descalços
A fogueira que queira a mente que num para
Os passos socando o chão
Nosso bailar a estremecer a terra
Nossos Gritos bêbados a amedrontar
Bestas sedentas de sangue
Nossa lamina gira no ar
As mulheres dançam com suas sombras sobre o peito dos homens
Seus vestidos a circularem pelo fogo
Os homens sedentos procuram as saias assim com a chama algo a queimar
E os urros e o som da bebida a ecoarem na noite gélida
O fogo a esquentar o corpo e a bebida e a dança a alma
As mulheres a esquentar corpo e alma e a dominar mentes
E a lua perde seu frio iluminar
Para homens bêbados e mulheres a bailar

Dança

Porque a sombra desse seu negro vestir me persegue
Pro entre vielas da cidade
Entras as arvores no parque
Até sobre os arranha-céus
E sob o céu iluminado do dia
Tua sombra pousa sobre minha cabeça
Seu vestido sempre negro a cerrar em meus pés descalços
Tua mão tão distante e consoladora
Tão perto e tão fria e ameaçadora
Porque não deita no meu colo e espera
Por que insiste tanto em eu ir a teus braços
Mas mesmo assim não quer vir aos meus
Deixa teu corpo solitário e de negro veludo
E vem se juntar ao meu em doce e nua branca pele
Pois só assim o chão fugira de nossa sombra
E tua foice não mais pairará sobre nós
Vou a ti, mas tu também deverás vir a mim
Não temerei seu toque, seu olhar imortal
O desejo de uma ultima e eterna dança

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Bebado

Doces canções embaladas
Em doces e amargos jarros
De tão risonho gole
Doces peles macias adocicadas
Em leitos desconhecidos
Em noites agitas
Amargo acordar de repente
Desconhecer os lençóis
E os amores

terça-feira, 22 de junho de 2010

Jovem e Doce

Doces e juvenis
Labios de fel
Labios de puro mel
Tua boca a me ferir
Meu sangue em tua lingua
Minha carne em tuas unhas
Minha mão em teu cabelo
Em tua face a outro corre
Nosso leito rubro
De odio e prazer
Teus jovens labios vermelhos
De meu sangue sinto o gosto
Em teu beijo, teu corpo
Em minhas mãos
Jovem e doce
E minha

O gosto

Entenda o gosto
O mental entrando em tua carne
O metal em carne alheira
O calor humano, o quente sangue
Espirra em tua face
Rubro rosto humano
Simples monstros de carnificina
Seus rios são vermelhos
As tardes turbulentas
E noites tensas
Mas a glorio é de próprio punho e sangue
O urro é sincero
E a lamina sincera

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Doce e Amarga Noite

Noite amarga
Sinto no ar o gosto de seus seios
O vento a imitar seu gemer
As nuvens a formarem suas curvas
Maldito o pedaço do paraíso que me deste
Maldito e abençoado aquele lençol onde deitamos
Tão instantâneo iluminar
Tão prolongado adormecer em teu peito
Quente a sua pele nua
Doce e jovem eterna tentação
Instantâneo desejo
Uma noite
Uma única vez
Uma primeira vez
De doce e amarga noite
De doce e amarga despedida

domingo, 20 de junho de 2010

Doces Batalhas

Sento sobre a relva novamente
As feridas enfaixadas
Com a espada sobre o colo
E lhe limpo a lamina
Silenciosamente banhada em sangue
Vejo os defeitos em seu fio
Lembro-me das batalhas
Passo a passo
Revendo acertos
Procurando meus erros
Mas ali sobre a relva
Respiro ainda
As lembranças de doces batalhas

sábado, 19 de junho de 2010

Bailhar doce e Mortal

Venha doce espada
Teu fio, teu brilho
Teu deslizar sobre a lamina do oponente
Teu corte a desenhas uma linha vermelha
De sangue dos meus inimigos
Somos alimentados e crescemos
Ao som de teu fio
Contando o ar e carne
Nossos passos embebidos em êxtases
Nosso olhar vendo um segundo por um ano
Horas de doce bailhar da guerra
Em um instante
Uma apresentação mortal e doce

Minha Maldita Paz

Hoje tenho minha paz
Hoje tenho os dias mais tensos
O marasmo da tarde a me cegar
O girar dos dias e noite a me desorientar
Hoje tenho paz
O Trigo cresceu e engoliu o sangue de minhas batalhas
A espada repousa na bainha
E o corpo se acostuma com o conforto da cadeira
Maldita paz, malditas raízes
Por que a paz tanto me atormenta
O mundo gira e eu com minha odiada paz
Queimarei os campos
Desembainharei a espada
O mundo não mais vai girar
Pois agora eu farei guerra
Entorno dele girarei
E ele que ira me contemplar
Minhas lutar, minhas historias
Em seus caminha a minha marca
O meu sangue.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Feras

A inveja
A tristeza
A lamina que atravessa a carne
O sangue que brota da ferida
Os dentes serrados de dor
As pupilas exaltadas
No fim o urro da besta ferida
e o sangue derramado no chão
E é o fim
Para os fracos
Com a lamina presa em sua carne
A fúria no olhar
O inimigo preso em sua carne
Com o sorriso da vitoria na face
Então o golpe da vira
Por sob suas costelas
Seu pulmão perfurado
O cheiro de sangue agora em seu fôlego
Então o urro da besta agora é dele
Dois monstros feridos
Duas feras a se enfrentarem
O sangue a manchar o chão
Agora é o fim
De uma ou das duas

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Um Anel um Nome

O anel em meu dedo
Fosco ouro agora
ainda nobre prata
O peso do tempo em meus ombros
Não o tempo decorrido
Mas o tempo que ainda corre
Frente a meus olhos lentos
A pele rachada de meus lábios secos
de minha mãos áridas
Mas acaricio o anel
Acaricio tua lembrança
Teu nome doce em minha boca seca
Uma distancia um deserto
Que atravesso sem menor hesitação
Sobre radiante sol
Em pele rachada e sangue seco
O anel em meu dedo acaricio
O teu nome em minha mente me guia